Autocrítica como enfrentamento à colonialidade das abordagens comunicacionais brasileiras

Authors

DOI:

https://doi.org/10.16921/chasqui.v0i150.4702

Keywords:

comunicação, epistemologia, decolonialidade, livros de teorias da comunicação

Abstract

Revisamos criticamente a colonialidade das abordagens comunicacionais brasileiras com base nos cinco livros de Teorias da Comunicação mais citados no Brasil. Essa autocrítica localiza a hybris do ponto zero de tais narrativas, que delimita apenas um depois da modernidade, com o surgimento de fenômenos massivos somados aos avanços técnicos das mídias e à especialização profissional das habilitações de Comunicação. Investigamos como o paradigma dominante colonial moderno se manifesta discursivamente nos livros. Predominam abordagens estadunidenses e europeias, formuladas por homens brancos, que configuram um cânone tradicionalmente perpetuado no ensino de Comunicação no Brasil. Isso reforça e evidencia a relação mútua entre colonialidade do poder, do saber e do gênero, incidindo sobre e formatando uma geopolítica do conhecimento.

Author Biographies

  • Tiago Barcelos Pereira SALGADO, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
    Docente do curso de graduação em Comunicação da UFMG. Doutor em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com estágio doutoral na EHESS. Pesqusiador colaborador do grupo de pesquisa Campo Comunicacional e suas Interfaces (CNPq) e do R-EST (UFMG).
  • Luciana DE OLIVEIRA, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
    Professora, pesquisadora e extensionista associada no Departamento de Comunicação Social e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É líder do grupo de pesquisa Corisco - Coletivo de Estudos, Pesquisas Etnográficas e Ações Comunicacionais em Contextos de Risco. Integra o Comitê Gestor da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG (2014-Atual).

References

Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira De Ciência Política, (11), 89-117.

Carey, J. (2009). Communication as Culture: Essays on Media and Society. New York: Routledge.

Carvalho, J. J. (2018). Encontro de Saberes e Descolonização: para uma refundição étnica, racial e epistêmica das universidades brasileiras. In Bernardino-Costa, J., Maldonado-Torres, N. & Grosfoguel, R. Decolonialidade e Pensamento Afrodiaspórico (pp. 79-106). Belo Horizonte: Autêntica.

Castro-Gómez, S. (2007). Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. In Castro-Gómez, S. & Grosfoguel, R. (Eds.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 79-91). Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.

Craig, R. T. (2007). Cultural bias in communication theory. Communication Monographs, 74(2), 256-258.

Escosteguy, A. C. (2001). Os estudos culturais. In Hohlfeldt, A., Martino, L. C. & França, V. V. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências (pp. 151-170). Petrópolis, RJ: Vozes.

Ferrara, L. D’Alessio. (2003). Epistemologia da Comunicação: além do sujeito e aquém do objeto. In Lopes, M. I. Vassallo de. (Ed.). Epistemologia da Comunicação (pp. 55-67). São Paulo: Edições Loyola.

França, V. V. (2001). O objeto da comunicação/A comunicação como objeto. In Hohlfeldt, A., Martino, L. C. & França, V. V. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências (pp. 39-60). Petrópolis, RJ: Vozes.

França, V. & Simões, P. (2016). Curso básico de Teorias da Comunicação. Belo Horizonte: Autêntica.

Foucault, M. (1996). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.

Hohlfeldt, A., Martino, L. C. & França, V. V. (2001). Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes.

Lopes, M. I. Vassallo de. (Ed.). Epistemologia da Comunicação. São Paulo: Edições Loyola.

Lozano, A. C. & VICENTE, M. M. (2010). La enseñanza universitaria de las Teorías de la Comunicación en Europa y América Latina. Revista Latina de Comunicación Social, (65), 255-265.

Lugones, M. (2008). Colonialidad y Género. Tabula Rasa, (9), 73-102.

Martín-Barbero, J. (1992). Pensar la sociedad desde la comunicaciónun lugar estratégico para el debate a la modernidad. Diálogos de la comunicación, (32), 1-8.

Martino, L. C. (2001). De qual comunicação estamos falando? In Hohlfeldt, A., Martino, L. C. & França, V. V. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências (pp. 11-25). Petrópolis, RJ: Vozes.

Martino, L. C. (2003). As epistemologias contemporâneas e o lugar da Comunicação. In Lopes, M. I. Vassallo de. (Ed.). Epistemologia da Comunicação (pp. 69-101). São Paulo: Edições Loyola.

Martino, L. M. S. (2013). O diálogo Norte-Sul em teoria da comunicação: hegemonias, apropriações e resistências nas pesquisas anglo-saxônicas e latino-americanas. Comunicação & Sociedade, 36(1), 107-132.

Martino, L. M. S. (2014). A disciplinarização da Epistemologia no ensino da(s) Teoria(s) da Comunicação. Intexto, (29), 1-17.

Martino, L. M. S. (2017). Teoria da comunicação: ideias, conceitos e métodos. Petrópolis, RJ: Vozes.

Mignolo, W. (2000). Diferencia Colonial y Razón Post-Occidental. In Castro-Gómez, E. (Ed). La reestructuración de las ciencias sociales en América Latina (pp. 3-28). Bogotá: Instituto Pensar.

Navarro, R. F. (1999). La investigación de la comunicación en América Latina: condiciones y perspectivas para el siglo XXI. Comunicación y Sociedad, (36), 105-132.

Navarro, R. F. (2003). La producción de sentido sobre la producción social de sentido: hacia la construcción de un marco epistemológico para los estudios de la comunicación. In Lopes, M. I. Vassallo de. (Ed.). Epistemologia da Comunicação (pp. 15-40). São Paulo: Edições Loyola.

Peters, J. D. (2008). Communication: History of the Idea. In Donsbach, W. (Ed.) The International Encyclopedia of Communication (pp. 689-693). Oxford: Blackwell Publishing.

Quijano, A. (1992). Colonialidad y modernidad/racionalidad. Revista del Instituto Indigenista Peruano, 13(29), 11-20.

Quiroz, K. O. (2016). Desde la teoría crítica hacia el pensamiento decolonial. Un aporte a la comunicología actual. Anais do XIII Congresso Latinoamericano de Investigadores de la Comunicación. México.

Rüdiger, F. (2001). A Escola de Frankfurt. In Hohlfeldt, A., Martino, L. C. & França, V. V. Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências (pp. 131-150). Petrópolis, RJ: Vozes.

Sodré, M. (2002). Antropológica do Espelho. Petrópolis, RJ: Vozes.

Sodré, M. (2014). A Ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis, RJ: Vozes.

Varão, R. (2010). Notas sobre o mito dos quatro fundadores do campo comunicacional: coisas que ninguém nunca viu antes e pensamentos que ninguém teve. Líbero, 13(25), 77-86.

Villanueva, E. T. (2019). Para uma Comunicação ex-cêntrica. MATRIZes, 13(3), 89-107.

Villanueva, E. T. (2020). Des-occidentalizar la Comunicación. In Paulino, F. O., Kaplún, G., Mariño, M. V. & Custódio, L. (Eds.). Tradiciones de Investigación en Diálogo – Estudios sobre Comunicación en América Latina y Europa (pp. 265-281). Ramada, Portugal: Media XXI - Publicación, investigación y consultoría.

Walsh, C. (2007). Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “otro” desde la diferencia colonial. In Castro-Gómez, S. & Grosfoguel, L. R. (Eds.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 47-62). Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar.

Published

22-08-2022

Issue

Section

Monográfico. Convocatoria 150: Diálogos críticos y perspectivas actuales de investigación y pensamiento sobre comunicaci