Reflexões sobre a instrumentalização do Twitter por Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2022
DOI:
https://doi.org/10.16921/chasqui.v1i154.4915Palabras clave:
Algoritmos, Estudos de Plataforma, Discurso Populista, Valor-Notícia, Twitter.Resumen
Este artigo de reflexão teórica, ancorado em pesquisa bibliográfica e empírica, propõe-se a demonstrar como a Plataforma Twitter, por suas funcionalidades e por operar através de algoritmos, beneficiou oprojeto político de Jair Bolsonaro durante o segundo turno da campanha eleitoral em 2022 no Brasil. Por meio de seu perfil pessoal, o ex-presidente buscou capturar a função da imprensa, beneficiando-se do valor-notícia de shareability – capacidade de compartilhamento – e do valor-algoritmo, uma forma automatizada da máquina categorizar a relevância dos conteúdos na rede social. O valor-algoritmo no Twitter desempenhou um papel crucial para o discurso populista de âncora ideológica reacionária de Jair Bolsonaro, uma vez que agrupou seus apoiadores para alimentar uma polarização permanente.Referencias
AMADEU, S. & ZANETTI, A. (2022) Democratização da Internet e o enfrentamento político nas redes digitais. Youtube, Cultura Audiovisual e Tecnologia (CAT). Recuperado de https://youtu.be/9vTq59uBXRg.
AMADEU, S. (2019) Democracia e os códigos invisíveis: como os algoritmos estão modulando comportamentos e escolhas políticas. Editora SESC. Coleção Democracia Digital.
ARAÚJO, W. F. & SILVA, M. L. (2020) Biopolítica, racismo estrutural-algorítmico e subjetividade. Educação Unisinos.
BIGMOTTO, N.; LAGO, M. & STARLING, H. (2022) Linguagem da destruição: A democracia brasileira em crise. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras.
CASTRO, J. C. L. (2022) Plataformas algorítmicas e economia da desinformação. Revista Estudos em Jornalismo e Mídia (UFSC). Recuperado de https://doi.org/10.5007/1984-6924.2021.e77485.
D’ANDREA, C. (2018) Cartografando controvérsias com as plataformas digitais: apontamentos teórico-metodológicos. Galáxia (PUCSP), v. 1, p. 28-39.
D’ANDREA, C. (2020) Pesquisando plataformas online: conceitos e métodos. Salvador, EDUFBA. Recuperado de http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32043.
D'ANDRÉA, C.; GOMES, K. & MASSAROLO, J. (2022) Plataformização da Cultura #08: O que são os estudos de plataformas?. [Online], Youtube, Curso EAM UFSCar. Recuperado de https://youtu.be/1XNyv_Ljcwg.
DANIELS, J. (2018) The algorithmic rise of the “alt-right”. Contexts. V. 17, no. 1.
DIGITAL 2022: Another year of bumper growth. We Are Social. Jan, 2022. Recuperado de http://bit.ly/3I034av.
ESTADAO. (2021) Ataques a jornalistas são constantes no Governo Bolsonaro, relembre os principais casos. O Estado de São Paulo. Recuperado de https://bit.ly/3XTbExZ.
FEENBERG, A. (2003) What Is Philosophy of Technology? Lecture for the Komaba undergraduates.
FOUCAULT, M. (2014) A Ordem do Discurso. 24. ed. Rio de Janeiro: Editora Loyola.
GILLESPIE, T. (2014) The relevance of algorithms. In: GILLESPIE, Tarleton; BOCZKOWSKI, P. J.; FOOT, Kirsten A. Media technologies: essays on communication, materiality, and society. Cambridge: The MIT Press, p. 167-193.
GILLESPIE, T. (2018) A Relevância dos Algoritmos. In: Parágrafo, v. 6, n. 1, p. 95-121.
GUAZINA, L. (2020) Populismos de direita e autoritarismos: apontamentos teóricos para estudos sobre a comunicação populista. In Mediapolis: Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público. n.º 12.
HARCUP, T. & O’NEILL, D. (2020) News Values and News Selection In: WAHL-JORGENSEN, Karin; HANITZSCH, Thomas (orgs). The handbook of journalism studies. p. 161-175. 2ª ed. New York, NY: Routledge. Recuperado de https://centreforjournalism.co.uk/sites/default/files/richardpendry/Handbook%20of%20Journalism%20Studies.pdf.
HARCUP, T. & O’NEILL, D. (2017) What is News? News values revisited (again). Journalism Studies, 18:12, 1470-1488. Recuperado de https://eprints.whiterose.ac.uk/95423/.
KALTWASSER, C. R. & MUDDE, C. (2019) Populism: a very short introduction. Nova York, Oxford University Press (Ebook Kindle).
LACLAU, E. (2005). On populist reason. Londres: Verso.
LAGO, F. (2022) Como explicar a resiliência de Bolsonaro? In: Linguagem da destruição: A democracia brasileira em crise. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras (E-book Kindle).
LIPPELT, V. (2022) Acesso negado a informações sobre a presidência por sigilo aumentou 663,08%. Congresso em Foco. Recuperado de https://bit.ly/3XFWht5.
LIPPMAN, W. (2008) Opinião pública. Vozes.
MITOZO, I. et al. (2020) Como os media incorporam declarações de atores políticos nas redes? Uma análise do enquadramento dos tweets de Jair Bolsonaro pelo jornalismo impresso brasileiro. Em Brazilian Journalism Research, vol. 16 - n. 1.
MOROZOV, E. (2018) Big Tech: a ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo, SP: Ubu Editora.
MOUFFE, C. (2020) Por um populismo de esquerda. São Paulo: Editora Autonomia Literária (Ebook Kindle).
MUDDE, C. (2022) A extrema direita hoje.1 ed., Rio de Janeiro: EDUERJ, 212 p.
NATALE, S. (2021) Inteligência Artificial, Comunicação e Enganação. Fronteiras, v. 23, n. 3, p. 2-15.
NEWMAN, Nic. (2023) Overview and key findings of the 2023 Digital News Report. Reuters Institute for the Study of Journalism. Recuperado de https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/digital-news-report/2023/dnr-executive-summary.
NORRIS, P. & INGLEHART, R. (2019) Cultural backlash: Trump, Brexit and Authoritarian Populism. Cambridge: Cambridge University Press.
O ESTADO DE SÃO PAULO. (2021) Ataques a jornalistas são constantes no Governo Bolsonaro, relembre os principais casos. O Estado de São Paulo. Recuperado de https://bit.ly/3XTbExZ.
OTT, B. L. (2017) The age of Twitter: Donald J. Trump and the politics of debasement. In: Critical Studies in Media Communication, 34:1, p. 59-68.
PAGOTO, L. & LONGHI, R. (2021) Plataformização, tecnopopulismo e desintermediação das fontes em ataques ao jornalismo no Instagram. Revista Chasqui: Revista Latinoamericana de Comunicación, Quito, ed. 147, p. 181-200. Recuperado de https://bit.ly/3R5d1Y7.
PASQUALE, F. A. (2017) The Automated Public Sphere. U of Maryland Legal Studies Research Paper No. 2017-31, Recuperado de https://ssrn.com/abstract=3067552.
PAULINO, F. & WAISBORD, S. (2020) Las narrativas del populismo reaccionario: Bolsonaro en Twitter durante la pandemia. Mediapolis: Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, Coimbra, v. 1, ed. 12, p. 33-48. Recuperado de https://bit.ly/3XEixUm.
RECUERO, R.; SOARES, F. & ZAGO, G. (2021) Polarização, hiperpartidarismo e câmaras de eco: como circula a desinformação sobre COVID-19 no Twitter. Contracampo, Niterói, v. 40, n. 1.
SANTOS, N. (2021) Invisibilização como estratégia: Como a desinformação pode se esconder nos caminhos tecnológicos? In: OLIVEIRA, Carlos A. A. de;
MENEZES, Heloísa R. G. de (Ed.). Fundação Dom Cabral. Recuperado de http://bit.ly/3jMUBzu.
SILVA, S. P. (2020) Democracia, Inteligência Artificial e desafios regulatórios: direitos, dilemas e poder em sociedades datificadas. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação da Câmara dos Deputados, v. 13, p. 226-248.
STARLING, H. (2022) Brasil, país do passado. In: Linguagem da destruição: A democracia brasileira em crise. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
TEIXEIRA, P. (2021 Bolsonaro tuita sete vezes por dia, segundo levantamento da ABRAJI (2021). ABRAJI. Recuperado de http://bit.ly/3kHx96t.
TRINDADE, V. (2022) Discurso de ódio nas redes sociais. São Paulo: Editora Jundiaíra.
VAN DIJCK, J. (2013) The culture of connectivity: acritical history of social media. Oxford University Press.
VAN DIJCK, J.; POELL, T. & DE WALL,M. (2018) The platforms society. Oxford University Press.
WOLF, M. (1995) Teorias da Comunicação. 4 ed. Presença.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
- Los autores/as conservarán plenos derechos de autor sobre su obra y garantizarán a la revista el derecho de primera publicación, el cuál estará simultáneamente sujeto a la Licencia Reconocimiento-SinObraDerivada de Creative Commons (CC BY-ND), que permite a terceros la redistribución, comercial y no comercial, siempre y cuando la obra no se modifique y se transmita en su totalidad, reconociendo su autoría.
- Los autores/as podrán adoptar otros acuerdos de licencia no exclusiva de distribución de la versión de la obra publicada (p. ej.: depositarla en un archivo telemático institucional o publicarla en un volumen monográfico) siempre que se indique la publicación inicial en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as difundir su obra a través de Internet.